Por Liu Shuo
Numa reunião de colaboradores, Wang Wei, Ma Tao e Hu Zhi estavam empenhados no estudo bíblico.
Wang Wei sorriu e falou ao grupo, dizendo: “Colaboradores, comecemos com a leitura de alguns versículos das Escrituras. O Senhor Jesus diz: ‘Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus’ (Mateus 4:17). ‘O tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho’ (Marcos 1:15). As palavras do Senhor nos mostram que, se quisermos entrar no reino de Deus, devemos confessar os nossos pecados a Deus e nos arrepender. No entanto, temos acreditado no Senhor por anos e, apesar de confessarmos nossos pecados a Ele com frequência, ainda somos capazes de cometer pecados, e vivemos num ciclo vicioso de confessar e pecar. Parece que ainda não entendemos o que é arrependimento verdadeiro e, assim, ainda não estamos livres do pecado. Portanto, ter clareza sobre o que é arrependimento verdadeiro é extremamente importante para a nossa capacidade de entrar no reino celestial. Hoje, examinaremos juntos essa questão”.
Então, Hu Zhi falou desdenhosamente, dizendo: “Acredito que, quando viermos para diante do Senhor de todo coração, orarmos a Ele e admitirmos nossos pecados, chorando copiosamente, isso é arrependimento verdadeiro. Contanto que confessemos e nos arrependemos com frequência dessa forma, seremos capazes de obter o perdão do Senhor e, quando Ele retornar, poderemos ser elevados para o céu”.
Wang Wei franziu a testa levemente e retrucou: “Mas nós oramos e confessamos dessa forma há tantos anos, reconhecendo nossos pecados diante do Senhor e derramando lágrimas amargas. Mas no momento em que nos deparamos com algo real, ainda cometemos pecados involuntariamente e, o que é ainda pior, cometemos exatamente os mesmos pecados sempre de novo. Eu realmente temo que nós, que, muitas vezes, vivemos em pecado, seremos abandonados e eliminados pelo Senhor quando Ele retornar”.
Ma Tao consentiu e disse: “Eu também já contemplei isso. Acho que chorar copiosamente com frequência em oração e confessar ao Senhor só demonstra que temos o desejo de confessar e nos arrepender ao Senhor. Mas se isso constitui arrependimento verdadeiro depende de como praticamos e se passamos por uma mudança real. Por exemplo, quando um ladrão é pego roubando algo, ele reconhecerá sua ofensa e prometerá nunca mais roubar coisas que pertencem a outras pessoas. Mas isso não demonstra que ele realmente virou a página e nunca mais roubará. Na maioria das vezes, a fim de não ter que assumir uma responsabilidade temporária por sua ofensa e evitar uma punição legal, ele não tem outra escolha senão admitir sua ofensa, mas isso não significa que ele não voltará a querer roubar no futuro. Se ele for capaz de se abster de roubar sob qualquer circunstância, essa é a única coisa que provará que ele realmente se arrependeu. Nós não somos iguais? Apesar de confessarmos com frequência os nossos pecados ao Senhor e a nossa atitude confessional parecer sincera, após um tempo cometemos pecados da mesma maneira e não os abominamos nem desdenhamos nem um pouco. Orar e confessar dessa forma é, na verdade, uma tentativa de enganar a Deus, e nós o fazemos para evitar a disciplina temporária de Deus e para buscar o perdão do Senhor. No entanto, não temos nenhuma intenção de nos transformar profundamente, como, então, isso pode ser arrependimento verdadeiro?”.
Wang Wei ouviu com seriedade a comunicação de Ma Tao e refletiu por um momento. Então ele disse: “Ao ouvir a comunicação do irmão Ma, eu me lembrei repentinamente do rei Davi. A fim de tomar Bate-Seba para si mesmo à força, Davi planejou a morte de Urias, e ele cometeu adultério e homicídio. Deus Jeová enviou Natã, o profeta, para falar com Davi, para conscientizar Davi dos pecados que ele tinha cometido e lhe dizer que ele seria punido. A partir de então, a espada jamais abandonaria a sua casa. Davi sabia que ele tinha violado os mandamentos proclamados por Deus e ofendido o caráter de Deus. Após se conscientizar de seus atos malignos, Davi se arrependeu extremamente e abominou os pecados que tinha cometido, portanto, orou sinceramente a Deus, confessou seus pecados e se arrependeu. Quando envelheceu, Davi odiava o frio, por isso seus servos escolheram uma moça virgem para aquecer sua cama, mas Davi não teve relações sexuais com ela. O arrependimento de Davi nos mostra que ele possuía um coração que temia a Deus e que ele não só se arrependia verdadeiramente e abominava seus pecados, mas também passou por uma transformação real — apenas isso é uma expressão de arrependimento verdadeiro”.
Estudo sobre arrependimento: ganhando inspiração do arrependimento de Davi e do rei de Nínive
Ma Tao consentiu e disse: “Sim, e o testemunho do arrependimento verdadeiro do povo de Nínive a Deus também está registrado na Bíblia. Quando o rei de Nínive ouviu o profeta Jonas transmitindo as palavras de Deus, dizendo: ‘Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida’ (Jonas 3:4), ele acreditou e obedeceu. Ele deixou de lado seu status de realeza, removeu suas vestes reais e liderou o povo da cidade de Nínive na confissão e no arrependimento a Deus em sacos e cinzas, como está registrado nas Escrituras: ‘A notícia chegou também ao rei de Nínive; e ele se levantou do seu trono e, despindo-se do seu manto e cobrindo-se de saco, sentou-se sobre cinzas. E fez uma proclamação, e a publicou em Nínive, por decreto do rei e dos seus nobres, dizendo: Não provem coisa alguma nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas; não comam, nem bebam água; mas sejam cobertos de saco, tanto os homens como os animais, e clamem fortemente a Deus; e convertam-se, cada um do seu mau caminho, e da violência que há nas suas mãos. Quem sabe se se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos?’ (Jonas 3:6-9).”
Naquele momento, Wang Wei disse com entusiasmo: “Falando no arrependimento do povo de Nínive — recentemente li uma passagem num livro que trata exatamente dessa questão. Deixem-me lê-la para vocês”.
Wang Wei tirou um caderno de sua bolsa, folheou as páginas até encontrar a passagem que estava procurando e leu: “Após ouvir a declaração de Deus, o rei de Nínive e seus súditos realizaram uma série de atos. Qual é a natureza do comportamento e das ações deles? Em outras palavras, qual é a essência de toda a conduta deles? Por que eles fizeram o que fizeram? Aos olhos de Deus eles haviam se arrependido sinceramente, não apenas porque haviam suplicado com sinceridade a Deus e confessado seus pecados diante Dele, mas também porque eles haviam abandonado sua má conduta. Eles agiram assim porque, após ouvirem as palavras de Deus, ficaram incrivelmente atemorizados e creram que Ele faria conforme o que dissera. Ao jejuarem, vestirem-se de panos de saco e sentarem-se em cinzas, eles queriam expressar a disposição deles para reformarem seus caminhos e se absterem do mal, orarem para Deus Jeová restringir Sua ira, suplicarem para Deus Jeová revogar Sua decisão bem como a catástrofe prestes a cair sobre eles. Pelo exame de todo o comportamento deles, podemos ver que eles já entenderam que seus atos malignos anteriores eram detestáveis para Deus Jeová e que eles entenderam a razão por que Ele logo os destruiria. Por essas razões, eles todos desejaram se arrepender completamente, desviar de seus caminhos maus e abandonar a violência em suas mãos. Em outras palavras, uma vez que se tornaram cientes da declaração de Deus Jeová, cada um deles sentiu temor no coração; eles não mais continuaram sua má conduta, nem continuaram a cometer aqueles atos odiados por Deus Jeová. Adicionalmente, eles suplicaram para Deus Jeová perdoar seus pecados passados e não os tratar conforme suas ações passadas. Eles estavam dispostos a nunca mais se envolver em maldade e a agir de acordo com as instruções de Deus Jeová, se ao menos eles nunca mais enfurecessem Deus Jeová. O arrependimento deles era sincero e completo. Ele vinha das profundezas do coração deles e não era fingido, nem temporário” (de “O Próprio Deus, o Único II”).
Estudo sobre arrependimento: ganhando inspiração do arrependimento de Davi e do rei de Nínive
Então, Wang Wei comungou, dizendo: “Essa passagem nos mostra que arrependimento verdadeiro não é apenas admitir nossos pecados e atos maus. Precisamos saber também qual é a atitude de Deus em relação aos nossos pecados e devemos entender também a essência e os danos dos nossos pecados. Apenas assim uma reverência e um temor a Deus verdadeiros podem surgir dentro de nós, apenas assim sentiremos um arrependimento e uma aversão verdadeiros aos nossos pecados do fundo do nosso coração, apenas assim deixaremos de seguir a mesma senda antiga como sempre fizemos, e apenas assim começaremos a fazer uma mudança e nos tornar pessoas novas — apenas isso é arrependimento verdadeiro. Como o povo de Nínive, por exemplo. Aquelas pessoas perceberam que seus atos malignos tinham agravado o caráter de Deus e sabiam que, se elas não se arrependessem, elas seriam destruídas por Deus. Por isso elas se arrependeram a Deus em sacos e cinzas, desde o rei mais alto até o plebeu mais baixo. Elas começarem a se arrepender profundamente de seus delitos e não cometeriam mais nenhum mal nem desafiariam a Deus. Seu arrependimento era verdadeiro, e ele surgiu do fundo do seu coração. E quanto a nós? Apesar de dizermos que viemos diante de Deus com frequência para nos arrepender e confessar, isso é apenas uma confissão verbal, e não é desdenho ou aversão aos nossos pecados o que sentimos do fundo do nosso coração. Quando nos deparamos com questões, ainda nos importamos apenas com nossos próprios interesses, agimos sob o controle da nossa natureza interior pecaminosa, cobiçamos os prazeres do pecado e não passamos por nenhuma mudança real. Esse tipo de arrependimento é apenas agir sem se envolver e é totalmente contrário à vontade de Deus. Deus escrutina o íntimo do coração do homem, e o homem não pode enganar a Deus. É apenas através do arrependimento verdadeiro que podemos ganhar a graça e misericórdia de Deus”.
Então, Ma Tao disse com sinceridade: “Graças à orientação de Deus entendemos agora claramente o que é arrependimento verdadeiro. É impossível que o homem entre no céu com pecado. O Senhor Jesus disse: ‘Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. Ora, o escravo não fica para sempre na casa; o filho fica para sempre’ (João 8:34-35). E em outro lugar, a Bíblia diz: ‘A santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor’ (Hebreus 12:14). Deus é justo e santo, e o reino dos céus não permite que ninguém que ainda seja capaz de cometer pecados entre nele. Não importa quão bem alguém se arrependa da boca para fora, ele é incapaz de ganhar o louvor de Deus. Apenas se nos livrarmos de nossa natureza pecaminosa e formos capazes de ser absolutamente obedientes e devotos a Deus, podemos ser qualificados para entrar no céu. Apesar de termos acreditado no Senhor por muitos anos, ainda não reverenciamos a Deus em nosso coração nem um pouco e não tememos a Deus. Em vez disso, acreditamos que o Senhor é amoroso e misericordioso e que, quando cometemos um pecado, tudo que precisamos fazer é confessar e nos arrepender ao Senhor para que nossos pecados sejam perdoados, para que Deus não se lembre de nossas transgressões e para que sejamos elevados para o reino celestial quando o Senhor retornar. Por meio da nossa comunhão, finalmente percebi que a nossa fé é tão confusa. Somos como mendigos que apenas estendem a mão ao Senhor e pedem coisas, mas não entendemos como apreciar a preocupação de Deus e a tristeza que Ele sente em seu coração por vivermos em pecado e por não dedicarmos nenhum pensamento ao arrependimento, e falta-nos também a determinação para nos distanciar do pecado. Parece agora que, se não formos capazes de temer a Deus e evitar o mal, seremos incapazes de nos arrepender verdadeiramente, e nossa esperança de que o Senhor venha para nos elevar para o céu nada mais é do que um mero sonho. Não podemos continuar crendo em Deus confiando em nossos próprios equívocos e imaginações, pois isso é perigoso demais! Devemos nos concentrar na prática da verdade e na busca de mudança, pois apenas isso está de acordo com a vontade de Deus”.
Wang Wei continuou: “Recentemente, comunguei com um irmão sobre as condições para a nossa entrada no reino celestial. Ele disse: ‘O Senhor Jesus profetizou: “Quem me rejeita, e não recebe as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o julgará no último dia” (João 12:48). “E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (João 16:8). Mesmo que nossos pecados sejam perdoados quando aceitamos a salvação do Senhor Jesus, nossa natureza pecaminosa continua profundamente enraizada dentro de nós, e continuamos capazes de involuntariamente cometer pecados e desafiar a Deus; se não conseguirmos nos livrar das amarras do pecado, não mereceremos entrar no céu. Quando o Senhor retornar, Ele realizará o estágio da obra de julgar e purificar o homem com palavras, e se quisermos entrar no reino de Deus, devemos aceitar a obra de julgamento do Senhor quando Ele retornar nos últimos dias, reconhecer nossa natureza pecaminosa, ser capazes de verdadeiramente abominar a nós mesmos e abandonar a nossa carne, praticar as palavras de Deus, obedecer e reverenciar a Deus e nos livrar do nosso caráter corrupto. Apenas assim podemos ser purificados e obter a salvação final de Deus’. Eu acredito que essa comunicação faz muito sentido, por isso eu o trarei aqui para comungar conosco, se vocês estiverem de acordo”.
Ma Tao disse imediatamente: “Maravilha! Se a obra de julgamento do Senhor nos últimos dias pode nos capacitar a sermos purificados e a alcançarmos arrependimento verdadeiro, então temos a esperança de entrar no céu. Somos realmente muito sortudos! Irmão Wang, é melhor que você se apresse e traga aquele outro irmão para comungar conosco”.
Wang Wei sorriu quando disse: “Ótimo, eu o procurarei amanhã…”
Fonte: Igreja de Deus Todo-Poderoso